Além da Vida (Hereafter), dirigido por Clint Eastwood, apesar do título não é um filme espírita. Também não pretende doutrinar ninguém (categoria: Drama e Fantasia 😉 ) – e abre uma discussão importante, ótima para o bate-papo pós-filme… Gostaria de saber o que motivou Clint Eastwood. Terá sido apenas uma boa história? Ou a proximidade da finitude ? É, muita gente só associa a morte à velhice e, por isto, não pensa no assunto durante a juventude. Este filme dá uma provocada. Adoraria conversar com ele, pra saber, dentre outras coisas se a médica pesquisadora do filme é uma referência a Elizabeth Kübler-Ross.

Mesmo céticos, ateus ou simpatizantes, deveriam ver – como fantasia, talvez? 😀 É, no mínimo, uma boa diversão.Talvez até gostem mais do que os kardecistas, que preferem filmes mais ‘doutrinários’.





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Thays Babo é psicóloga, Mestre em Psicologia Clínica pela Puc-Rio e atende no Centro.

Além da Vida – por Clint Eastwood

2 ideias sobre “Além da Vida – por Clint Eastwood

  • 25/01/2011 em 16:24
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    O comment eh para Alem da Vida. Acabo de ver. A sequencia do tsunami foi muito bem feita. Provavelmente, dedo do produtor Spielberg.
    Uma vez ouvi o Ricardo Boechat comentando sobre uma conversa que ele teve com o Oscar Niemeyer. O arquiteto, maroto, disse que depois de certa idade perdemos o medo da morte. Isso me faz acreditar que sim, concordo quando vc fala que Eastwood pode ter sido motivado pela propria finitude. Nao vi ideias acabadas, soh questoes. E serias. O tabu da morte e o distanciamento que buscamos dela soh eh superado quando se vive uma experiencia como a da jornalista francesa, ou quando se faz pesquisas num hospital para doentes terminais. A morte estah ao lado. Eh o destino inevitavel. Wood Allen em Hannah e suas irmas jah se perguntava: estah bem, eu nao tenho uma doença terminal agora, mas vou morrer algum dia. E entao, o que vai aocntecer?
    Nossa negaçao da morte eh tao grande que o tema se torna proibitivo, imagine entre os franceses…tradicionais em seu racionalismo, mestres do existencialismo.
    Pensar na nossa propria morte eh um pouco diferente de pensar na perda de quem se ama. Afinal seguimos vivos. E nao querer aceitar a perda nos motiva aa busca de crenças em outra vida, em uma continuidade. Este eh alimento para o charlatanismo que se aproveita de quem quer e precisa acreditar em outro plano. Mas soh o menino pode identificar o charlatao, pois ainda nao estah totalmente “contaminado” pela nossa recusa da morte. Apesar de nao entender bem “onde estah o irmao”, ele mantem a sua razao. Mais forte do que as palavras que ouviu dos pseudo mediuns, era o objeto. O bone. Em O Gran Torino, Eastwood novamente alude a força dos objetos, e o quanto a cultura material nos eh cara. Marcus usa o bone quase que como para incorporar Jason. Tanto que o “bone” sava sua vida. E eh isso o que George lhe diz ao final. Eles sao um soh, nao precisa do bone.
    Por fim os tres personagens se encontram. O formato me lembrou muito os filmes do Inarritu – Babel, Crash, Amores perros. George oferece conforto para Marcus. Marcus, em troca, oferece uma chance real de uma nova vida para George. Dah para imaginar se George finalmente repensa sua convicçao de que seu dom, de fato seja uma maldiçao.

  • 26/01/2011 em 16:24
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    concordo com tudo , Solange, e adorei seus comentários. E adoro a forma com que os existencialistas tratam o assunto, não se espante!
    Costumo dizer que um capítulo sobre morte, de um livro sobre Psicoterapia Existencial, mudou a minha vida ao esclarecer sobre esta angústia de morte e as formas de negação (algumas, a gente nem percebe…). Mudei a forma de tocar a minha vida, inclusive.

    O final achei muito hollywoodiano, mas, confesso que gostei… 🙂 Deve ter sido pra apaziguar a angústia da plateia. Mr Eastwood sabe com quem estava falando, rsrs

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