Devido à pandemia e às orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) para ficarmos em casa, a terapia online passou a ser a melhor opção para não desassistirmos quem já fazia atendimento psicoterápico.

E, por conta do momento tenso que estamos atravessando, muitas pessoas que antes resistiam à ideia de fazer qualquer tipo de terapia já consideram a possibilidade de testar este tipo de atendimento.

5 razões para fazer terapia online

1 Durante a pandemia, a terapia online é a única recomendada para conter a propagação do covid-19 – não só no Brasil, mas em todo o mundo, por ora, os atendimentos estão sendo feitos predominantemente online;

2 O coronavírus mudou tanto a nossa rotina que vem afetando a saúde mental (psis relatam aumento de quadros de ansiedade, depressão e transtorno pós-traumático, por exemplo) e a saúde emocional (com questões como solidão, luto e perdas). Portanto, não se descuide;

3 Se você já estava em atendimento presencial, sabe que o confinamento não resolveu questões magicamente. Muito pelo contrário – então, mantenha o tratamento para não agravar suas queixas;

4 Relacionamentos (amorosos ou familiares) estão agora sob pressão constante, já que o convívio está mais intenso e próximo. A chance de explosões emocionais aumenta (crescem relatos de violência doméstica) com o confinamento. Passando mais tempo com as pessoas com quem temos conflitos pode agravá-los.

5 Para manter a perspectiva de que isto vai passar – há muitas incertezas quanto ao futuro. O certo, no entanto, é que é preciso desenvolver a resiliência para encarar os novos desafios, para quando voltar à vida ativa, aceitar o ‘novo normal’.

Quem melhor se adapta é quem sobrevive, já dizia Charles Darwin.

Assim, no momento, a terapia online (ou telepsicologia) é a possível e necessária. Pode não ser a ideal, mas, “é o que temos para hoje“. No mundo inteiro esta é a tendência nos cuidados da saúde mental. E ela está estreitamente ligada à saúde física. Então, para contermos a disseminação do coronavírus a ordem, no mundo inteiro, é uma só: “fique em casa“.

Apesar de o distanciamento social já estar sendo relaxado, em várias cidades, tente ficar ainda o máximo de tempo possível em casa; não se exponha a riscos desnecessariamente. E isto inclui se deslocar para terapia.

Infelizmente, nem todas as pessoas aceitam a modalidade online. Sentem falta do contato presencial. Nós, psis,também sentimos. A pandemia trouxe grandes desafios e é preciso desenvolver sua flexibilidade psicológica e cognitiva para enfrentá-los e atravessar o momento difícil.

Foto de Christin Hume @ Unsplash

Resistir agora, esperar para retornar só quando o distanciamento social acabar, não será a melhor opção para a sua saúde mental ou emocional.

Temos de manter o distanciamento físico, mas podemos estar conectados emocionalmente graças à tecnologia. É assim que estamos fazendo com os parentes que não podemos visitar, amigos que não podemos encontrar ou mesmo com os relacionamentos amorosos.

Transtornos como ansiedade, depressão o TOC por contaminação também podem a aumentar nestes períodos.

Oportunidades e riscos para os relacionamentos

Os relacionamentos interpessoais precisam, pois, de mais cuidado. Mesmo quem vive com pessoas que amam está sujeito a maior estresse neste período – sejam familiares ou cônjuge. Por isto é tão importante não descuidar da saúde mental agora.

É hora de cooperação. Quem mora junto precisa redefinir papéis, redistribuir tarefas domésticas para não sobrecarregar ninguém. Por isto, as habilidades de comunicação precisarão de mais atenção.

Como a terapia pode ajudar você

Estamos passando por um período de luto. O mundo, como entendíamos e conhecíamos, pede mudanças, em todos os níveis.

Mas, em geral, as pessoas resistem às mudanças. O desconhecido ativa o sistema de alerta, como se estivessem em risco. A terapia online ajuda a investigar o que se teme, o que se valoriza – e também trabalhar a aceitação de eventos que estão fora do nosso controle.

A vida vai ter de ser ressignificada e algumas escolhas deverão ser revistas – ou lamentadas (faz parte do luto). Teremos perdas. Teremos mudanças. Mas, perceba que elas já aconteceram em algum momento da sua vida, antes do coronavírus. O problema é que agora só se fala e pensa sobre isto.

Fortaleça-se. E tenha autocompaixão. Afinal, nem todo dia você vai cumprir tudo o que se planejou. Nem todo dia você vai ter motivação para fazer atividade física, meditar, ler, estudar e trabalhar – ou seja, de fazer tudo o que os profissionais de saúde e saúde mental estão aconselhando.

Entenda: é um momento difícil para todo mundo. Você precisa de uns períodos para se recompor. E tudo bem. Se não está tudo bem, enfrente seus preconceitos e medos e agende sua consulta online. Não descuide da sua saúde mental.

Através da terapia você aprende a reconhecer seus pensamentos, saber quais são úteis ou não e a regular as suas emoções para ter uma vida com mais propósito.

Só encarando nossos medos, poderemos, de verdade, nos comprometermos com uma vida valiosa. Afinal, como todos os momentos na vida, sejam bons ou ruins, este também vai passar. Cabe a você tirar o proveito dos ensinamentos desta fase.

Thays Babo (CRP 05/23827) é psicóloga clínica, Mestre pela Puc-Rio, com formação em TCC pelo CPAF-RIO, extensão em Terapia de Aceitação e Compromisso pelo IPq (USP).

Atendimento a jovens e adultos em psicoterapia individual, terapia de casal e pré-matrimonial. Durante a pandemia, atendendo apenas online.

Terapia online: 5 razões para você começar

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