Entrou em cartaz mais uma comédia romântica americana: “Ele não está tão a fim de você“. O filme foi inspirado no livro homônimo, originado a partir de um episódio da série “Sex and the city“. No episódio,  a personagem Miranda se perguntava porque um homem, com quem tinha saído, recusara seu convite para dar uma esticadinha no seu apartamento, alegando uma reunião no dia seguinte. O papo tinha sido tão agradável etc etc. Convenhamos, esta é uma dúvida ‘tipicamente’ feminina. As 3 amigas (Carrie, Charlotte e Samantha), muito solidárias, se apressaram em tentar esclarecer, usando desculpas que provavelmente ouviram muito ao longo de suas trajetórias amorosas. Não tenho o texto comigo mas  era algo do tipo: “Você é boa demais pra ele” ou “Ele deve ter se sentido inseguro com a sua independência” ou, ainda, “Ele deve ter problemas com figuras femininas”. Mas a resposta correta veio de  Berg, o então namorado da protagonista, Carrie Bradshaw.

Na única fala decente de Berg na série, ele diagnosticou: “Ele simplesmente não está a fim de você“.

Tão óbvio, não? Qualquer homem diria o mesmo. Mas foi chocante para as amigas de Miranda, que ficaram furiosas com a sinceridade dele.  Berg argumentou, provando, por A+B, que – quando um homem está interessado – ele se empenha, liga, vai atrás. Como ela não percebera isto antes?

Apesar de tudo, Miranda se sentiu aliviada e obteve uma nova visão sobre os relacionamentos – não que ela tenha deixado de ser totalmente neurótica, mas, ao menos, não mais se enganava quando o telefone não tocava…

O episódio teve tanto sucesso que os roteiristas se inspiraram e escreveram um livro de auto-ajuda, que virou best-seller. Não li o livro, mas cedi a ‘pressões’ e fui ver o filme. Desde o Mestrado estudo a Psicologia do Amor e quis conferir  se os produtores tinham sido totalmente sinceros e entregado o jogo.

Não cheguei a me arrepender. É sempre melhor ir ao cinema para ver as reações do público.  No cinema, a plateia não era só predominantemente feminina: vi vários rapazes adolescentes – só espero que não tenham ido aprender formas mais eficientes de sedução! 😉

Ele não está tão a fim de você” começa muito parecido com a série na sua primeira temporada, recorrendo a depoimentos de pessoas que não as personagens. O filme pode ser bem didático para mulheres ansiosas em ‘laçar’ um namorado: mostra exatamente o que não se deve fazer. O discurso de que contos de fada são exceções à regra e que é muito difícil que um sapo se transforme em príncipe (palavras minhas)  pontua quase todo o filme para, no final… bem, talvez seja melhor conferir.



A protagonista Gigi é de espantar qualquer homem com alergia a compromisso. E desespera as mulheres que assistem ao filme: muitas delas se reconhecem por terem cometido os mesmos erros crassos!

Além do elenco, bastante competente, o ‘desabafo’ da personagem de Drew Barrymore é um dos pontos altos do filme: no século 21, com tantas tecnologias disponíveis, fica ainda mais patente se alguém não se interessa. Os sinais estão ali, evidentes pois, afinal, todo mundo está disponível o tempo todo: seja via internet, com  dezenas de portais e sites de relacionamento – orkut, twitter, facebook etc –  seja por celular, on 24 horas. Não há mais porquê ficar em casa, ao lado do telefone esperando por uma ligação. Foram-se o romantismo e o sofrimento: se ele ou ela quiser te achar, vai conseguir… (Sim, ele ou ela – porque algumas mulheres agem iguaizinhas aos homens: seduzem mas não assumem) . No final das contas, acabaram-se as incertezas (‘ligou ou não ligou?’), mas será que não aumentou o sofrimento e, com isto, a ansiedade? 😉

Como se podia esperar, o final não escapou ao   tradicional happy ending para quase todos os personagens, contrariando a premissa básica do filme.

Nada tão imperdoável assim.

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Thays Babo é Mestre em Psicologia Clínica pela Puc-Rio e atende no Centro (Rio)

Sinais Amorosos – você sabe reconhecê-los?

2 ideias sobre “Sinais Amorosos – você sabe reconhecê-los?

  • 15/04/2009 em 16:24
    Permalink

    Não li o livro, mas cedi a ‘pressões’ e fui ver o filme. Desde o Mestrado estudo a Psicologia do Amor e quis conferir se os produtores tinham sido totalmente sinceros e entregado o jogo.

    UYSHAUSHAUSH MEU argumento fofa ): tá bom, teperdoo ahhaha s2

  • 16/04/2009 em 16:24
    Permalink

    Perdoa, que é ótimo! Você é a responsável por toda a pressão ! Pior que agora que vc pôs pilha para eu ver Becky Bloom não quer mais ir comigo!!! Tudo bem, eu te perdoo também e fica 1 a 1.

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